Nessa terça-feira 23 de agosto, movimentos sociais do campo e da cidade mobilizam mais de mil pessoas na capital paraibana. A iniciativa faz parte da jornada nacional de lutas da Via Campesina e da Assembléia Popular, que desde o dia 22/08 montaram acampamento em Brasília com o intuito de chamar a atenção da sociedade e dos poderes constituídos sobre questões como: a contaminação dos alimentos pelo uso de agrotóxicos, a reforma agrária, a posição contrária às mudanças no código florestal, e a garantia de tarifas públicas acessíveis como água e energia. Essas são algumas das reivindicações expressas nas palavras de ordem, faixas e documentos do movimento.
Em João Pessoa, na Paraíba, soma-se à Via campesina e Assembléia Popular, diversos sindicatos, ONG´s, estudantes e entidades religiosas que prometem tomar as ruas nessa terça feira 23 de agosto. As atividades se iniciam a partir das 08:00h no INCRA, em um ato público com mais de 200 famílias que vivem no campo. Estas famílias esperam que suas reivindicações sejam atendidas. De acordo com Osvaldo Bernardo, do Movimento de Atingidos por Barragens-MAB, “é inadmissível que desde 2002 mais de 900 famílias que viviam à beira da barragem de Acauã permaneçam em situação de abandono”. Argumenta ainda que, “se faz necessário o reassentamento urgente dessas famílias”.
Os manifestantes sairão em marcha do INCRA às 13:30, percorrendo a Epitácio Pessoa aonde se encontrarão com os movimentos e entidades da cidade que estarão concentrados ao lado do restaurante Cassino da Lagoa. Logo em seguida,ás 14:30 será feita uma nova passeata nas ruas da capital em direção a Assembléia Legislativa.
A principal reivindicação, nesse segundo momento, é evitar o aumento nas contas de energia imposto pela Energisa. O aumento esse ano será de 7,57%, caso seja aprovado pela Agencia Nacional de Energia Elétrica - Aneel. A Paraíba passará a ter a 4ª tarifa mais cara do Nordeste, perdendo apenas para os estados do Maranhão, Ceará e Bahia, respectivamente.
Segundo Gleyson Ricardo, integrante da Assembléia Popular, “o presidente da Energisa Marcelo Rocha parece não viver na Paraíba, deve viver em outro mundo, pois o aumento 6,92 % é acima da inflação dos últimos 12 meses e não estar preocupado com a população dos 216 municípios atingidos com o aumento, estando interessado apenas com os acionistas que levaram 92 milhões reais no rodo só esse ano.” A proposta ainda de acordo com o manifestante é solicitar uma auditoria ao Tribunal de Contas da União de modo similar ao que foi realizado na CELPE, em Pernambuco, o que acabou revelando um cobrança indevida nas as contas de energia de todo o país, podendo chegar até 12 bilhões de reais em ressarcimento.
Para Dráuzio Macêdo, vice-presidente do Sindeletric, Sindicato dos eletricitários da Paraíba, “Os parlamentares, em todas as esferas, os movimentos sociais e o povo em geral deve se manifestar contra esse absurdo.” Em 2010 a Energisa completou 10 anos de instalação no estado da Paraíba, após a privatização da antiga Saelpa. Durante esses anos a empresa acumulou lucro líquido de 664 milhões, duas vezes o valor da venda da SAELPA que na época foi arrematada por aproximadamente 360 milhões. A receita operacional bruta da empresa saiu de 382 milhões (antes da privatização) para 1.183 bilhão.
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