Em entrevista ao programa Bom Dia Ministro da última quinta-feira (27), o ministro do Turismo, Gastão Vieira, falou sobre as perspectivas do setor e de políticas públicas, como o Pronatec Copa e a reestruturação do programa Viaja Mais Melhor Idade, que quer incentivar idosos a viajar pelo País. Leia abaixo trechos da entrevista, editada pelo Em Questão.
Dos 5 mil municípios
brasileiros, a metade já é atendida pelo Ministério do Turismo, com
qualquer tipo de obra, seja de praças, de praças de eventos, áreas de
lazer etc. O que nós agora estamos fazendo para uma mudança de rumo é
uma chamada pública, para que aquele município que sinta que tenha uma
atração turística, que pode ser um bom receptivo, procure o ministério,
apresente o seu projeto.
O número de turistas
estrangeiros que nos visitam está nos 5 milhões, 5,5 milhões, há quase
dez anos. Como os turistas brasileiros estão viajando, e muito, para o
exterior, temos um déficit na nossa balança comercial ligada ao turismo,
que se acentua e que cresce cada vez mais. Qual é a política? Fazer com
que o brasileiro visite o seu próprio País, ande mais pelo Brasil.
O treinamento do
Pronatec voltado para a Copa do mundo define 29 áreas que podem ser
atendidas: mensageiro, confeiteiro etc. A ideia é ofertar 240 mil vagas
até 2014, uma média de 80 mil por ano. Além disso, entramos com algo
novo, que é o Pronatec Línguas, noções básicas de inglês, de espanhol e
libras, que tem atraído uma demanda muito grande.
O Viaja Mais Melhor
Idade foi um programa do Ministério do Turismo que fez muito sucesso. A
publicidade desse programa, a maneira como foi oferecido à sociedade
brasileira foi tão criativa que despertou um enorme sucesso. Por que
esse programa parou? Porque, em alguns momentos, não havia uma perfeita
sintonia entre o hotel, a viagem de avião e o desejo daquela pessoa,
daquele casal, de viajar. Essa sintonia precisa existir, ou seja,
precisamos de hotéis que tenham uma diária bem baixa ou uma diária baixa
para os padrões hoje cobrados. Então, estamos nos referindo mais à
baixa estação, onde a oferta de vagas pode ser combinada com um preço
mais acessível.
O programa para a
terceira idade é baseado em dois fatos importantes: as pessoas têm renda
e estão se aposentado mais cedo. Portanto, têm mais tempo disponível
para viajar. O que estamos fazendo é incentivar as pessoas a viajar,
dando crédito subsidiado, abrindo linha de créditos quando não for
subsidiado.
Embora a terceira
idade brasileira não seja, caracterizadamente, uma terceira idade como
imaginamos, de pessoas com mais dificuldade de locomoção, que não podem
fazer determinado tipo de turismo, precisamos ter esse cuidado.
Precisamos ter oferta turística para locais em que haja acessibilidade,
em que hajam passeios adequados a um turista de terceira idade.
O principal papel do
Ministério do Turismo é a herança que esses grandes eventos vão deixar, e
essa herança vai ser traduzida na definição de uma política de turismo
bem consolidada, que permita que o País tenha um número bem maior de
visitantes estrangeiros e de brasileiros. É nisso que estamos
trabalhando: o pós-evento.
O turista que vem
assistir aos jogos em uma determinada sede tem um tempo de permanência
de 15 dias, no mínimo. Ele usa o tempo, no intervalo dos jogos, para
visitar locais turísticos que, previamente, pensou antes de chegar ou
que o local próximo o fez atrair.
A Jornada Mundial da
Juventude é vista pelo governo brasileiro como um evento
importantíssimo. A última Jornada Mundial se deu na Espanha e 2 milhões
de jovens, de todo o mundo, estiveram no evento. No Brasil não será
diferente. Nós estamos focando muito a oferta de hospedagem e, veja,
estamos falando de jovens que buscam uma hospedagem alternativa. Haverá
uma oferta da própria igreja, com escolas e com seminários. Essa oferta,
via aluguel de quartos, já em apartamentos privados, também é uma
alternativa. Outra opção são os albergues. Vamos lidar com um turista
bem diferente.
Hotéis que surgem no
meio da selva têm uma atração enorme para um determinado tipo de
turista, principalmente americanos e asiáticos, que são muito atraídos
por esse fascínio da Amazônia e pela possibilidade de se hospedar
efetivamente no meio da selva. Não há uma classificação específica para
esses hotéis.
Fonte: www.secom.gov.br
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