sábado, 18 de maio de 2013

FRONTEIRAS, TRAVESSIAS E PASSAGENS... O ENTRE-LUGAR DO MARAVILHOSO EM “O SUMIÇO DA SANTA” DE JORGE AMADO




Patrícia Gomes Germano[1]

RESUMO:
“Lo maravilloso comienza a serlo de manera inequívoca cuando surge de uma inesperada alteración dela realidade (el milagro)[...]”. Assim alerta Carpentier (1989) quando conceitualiza o real maravilhoso. Para o autor, no contexto literário, o maravilhoso acontece quando uma alteração da realidade, entrevista pela obra, projeta-se numa “consciência de fé”, numa adesão particular daqueles que experimentam esse “desestabilizar” cosmogônico, não somente no aspecto literário, mas, sobretudo, em vivências inusitadas experimentadas por determinado grupo. Logo, cabe à literatura maravilhosa transformar-se numa espécie de “refratário” de experimentações vivificadas e não contraditórias em dada vivência. É notório no universo literário amadiano a constante presença de cosmogonias mítico-sacrais em convivência, sejam as sacralidades afro-brasileiras, com especial relevo para os rituais de matriz iorubá, seja a constante menção ao catolicismo e a seus dogmas e, principalmente, a hibridação orquestrada entre os dois códigos sacrais. Aqui o nosso olhar analisará a representação do maravilhoso, o reencenar dos mitos e das travessias, a quebra de fronteiras entre a realidade consolidada e o insólito sobrenatural alavancados na diegese de O sumiço da santa: uma história de feitiçaria (1988), cuja novidade, ao que parece, é por em cena as ações maravilhosas ocorridas num período quaresmal na cidade de Salvador, mescladas ao reviver mítico queto-nagô. Tais sacralidades aparecem imbricadas e compartilhadas entre personagens empenhados em naturalizar o insólito. Como esteio teórico, faremos uso dos estudos de Carpentier (1989), Chiampi(1980) e Reis (2005),Prandi (2005), Capone (2004) e Bastide (2000), os três últimos para solidificar as incursões na mitologia de matriz afro-iorubá.
Palavras-chave: Jorge Amado, Real Maravilhoso, Sacralidade, Literatura.
O real maravilhoso transcultural no texto amadiano
Comumente o trabalho de Amado é compreendido pela crítica como detentor de dois momentos principais: o primeiro concentrado numa demarcação político-filosófica dos ideais pertinentes ao Partido Comunista e a “propagandear”, através do discurso literário, os fundamentos de um Estado-Nação bem enquadrado dos ditames eletivos “apropriados” a essa estrutura; o segundo, que tem Gabriela: cravo e canela como marco inicial, inaugura uma nova fase que deixa o tom panfletário, por vezes proselitista e doutrinário das obras anteriores, com ênfase na divulgação dos paradigmas marxista, para adotar uma expressão textual compromissada com um “mínimo de literatura” para um “máximo de realidade” (AMADO, 2001a) [2]. Assim, o autor amplia seus mecanismos estéticos graças à liberdade discursiva enfatizada quando o rigor do romance de tese é substituído por textos em que tanto a forma como o conteúdo apontam para o trânsito entre a prosa documental, naturalista e didática e os acordes do lirismo poético, do subjetivismo e do ressurgimento de linhas temáticas antes relegadas ao esquecimento
A crítica não entra em consenso quando a natureza dessa mudança. Alguns a veem como radical, outros, como mera continuidade. Para Bosi (1970), são crônicas “amaneiradas” e costumes provincianos dissolvidos no pitoresco, no apimentado do regional. Para Albuquerque (1999), Jorge Amado continua preso às concepções de etnicidade, revalorizando à raça, do ponto de vista cultural e psicológico, na medida em que defende a mestiçagem como um ponto de partida para personalidades sincréticas sem se ater ao nível psicológico das personagens.
Por vieses díspares, estudiosos como Manzatto (1994) e Swarnakar (1998) entendem que não há descontinuidades ou pieguice nesse segundo momento. Manzatto salienta que “não existe ruptura entre as duas fases da literatura de Amado, entre o narrador social da primeira fase e o escritor sorridente da segunda. Mesmo porque, tanto em uma como em outra, o que transparece de sua literatura é o engajamento pela liberdade” (p. 98) uma liberdade que nesse segundo momento esforça-se por desconsiderar o dualismo clássico assumido nos textos anteriores e passa a celebrar a riqueza do encontro, da hibridação, da lógica carnavalizada assumida por personagens decididos a viver no entre-lugar, na fronteira demonstrando, sobretudo, a fragilidade de toda ordem binária. Na palavra de Swarnakar, a obra “does not appear to be a dividing line in his career.” (p.171) e o Amado continua apresentando o que ela chama “social consciousness”.  
Para Da Matta (1997, p.128),
Em termos literários, a originalidade desta fase de Jorge Amado é que, ao sério, ele responde com o carnavalesco; ao normativo e ao partidário ele contrapõe o pessoal, o singular e o milagroso; ao materialismo formalista e retórico, ele ataca com a informalidade e com a religiosidade; a vida definida como fórmula econômica, ele apresenta o mundo como uma complicada teia de relações pessoais que sustenta a esperança nas boas amizades e se celebra a relação pela relação.
Assim, podemos nos aproximar do romance em estudo como um dos representantes máximo dessa vertente amadiana em cujo cerne está balizada a noção dos vários hibridismos a que estão sujeitos à dinâmica das relações sociais, principalmente àquelas que tratam da demarcação entre o natural e o sobrenatural.
Nessa perspectiva, O Sumiço da Santa: uma história de feitiçaria protagoniza, num olhar primevo, ações que problematizam as hibridações próprias das fronteiras, em suas amplas possibilidades simbólicas, contexto que desnudam a precariedade da divisão, do sedentarismo e celebram a riqueza das possibilidades. Para Pesavento (2001, p. 8),
[...] as fronteiras não são apenas marcos divisórios construídos, que representam limites e que estabelecem divisões. Elas também induzem a pensar na passagem, na comunicação, no diálogo e no intercâmbio. Figurando um trânsito não apenas de lugar, mas também de situação ou época, esta dimensão da fronteira aponta para a instigante reflexão de que, pelo contato e permeabilidade, a fronteira possibilita o surgimento de algo novo, híbrido, diferente, mestiço, de um terceiro que se insinua nesta situação de passagem.
Nessa perspectiva, as ações cambiantes de O Sumiço da Santa criam uma ideia do novo como ato insurgente de “tradução cultural” e articulam a criatividade inerente à fronteira, não mais geografia de separação, mas território da imprevisibilidade criativa que desorganiza velhas ordens num processo de contínuo devir.
Breve notícia da obra
A história inicia-se com o embarque e desembarque da imagem de Santa Bárbara, vinda da cidade de Santo Amaro da Purificação a fim de abrilhantar uma exposição de arte sacra promovida pelo clero de Salvador, na pessoa de Dom Maximiniano Von Grudem. Tal imagem constitui-se uma raridade justamente por fugir à regra das estátuas comuns e não possuir os símbolos e elementos tipicamente atribuídos à Santa Bárbara: o cálice, a palma e a torre. Do contrário, traz “às mãos um feixe de raios”, é “famosa pela beleza secular e por milagreira” (p.4). Em companhia à peça de arte sacra, viajam Pe. Abelardo Galvão, humilde vigário da cidade de Piaçava, personagem importante no desenrolar das ações e irmã Eunice, freira da Clausura das Arrependidas.
Quando a imagem chega ao cais do porto, desce da embarcação, transmuta-se numa belíssima negra, atira de lado o manto e desaparece na Rampa do Mercado, “andando para os lados do elevador Lacerda” e, “antes que as luzes se acendessem nos postes, Yansã sumiu no meio do povo” (p. 11), visitando um terreiro, solucionando problemas, enfim anunciando o real motivo de sua vinda à Bahia: “trazia um propósito e uma decisão: libertar Manela do cativeiro e mostrar a Adalgisa com quantos paus se faz uma cangalha” (p.29-30).
Importante atentar que, no enredo, não existe referência precisa das datas do acontecimento, apenas os dias são citados, mas, por uma analogia à Sexta-feira da Paixão – data importante do calendário cristã – realizada no décimo sexto capítulo A longa jornada da sexta-feira das paixões (p. 311) e pela associação do sofrimento de Dom Maximiniano à Via crucis, presume-se que as ações acontecem entre a quarta-feira e a sexta-feira da quaresma.
A par dessa informação, vale observar que no ritual litúrgico dos terreiros iorubás, durante a quaresma, inexiste qualquer tipo de atividade, fato que conduz a narrativa a um caráter transgressor, porque os seres divinos da mitologia nagô realizam proezas durante a chamada “Semana Santa” dos católicos.
Por essa altura, aparecem na expressão diegética um núcleo de personagens envolvidos na montagem da Exposição de Arte Religiosa. À frente deste badalado evento, Dom Maximiniano von Gruden, “museólogo ilustre”, “conceituado historiador de arte” (p.15),  defensor de tese sobre a dita imagem de Santa Bárbara e atribuir, como seu legítimo autor, o Mestre Aleijadinho.
Na expectativa da chegada de tão rara peça, Dom Maximiniano atende a repórteres e enviados especiais de Portugal com relevância ao poeta e jornalista Fernando de Assis Pacheco incumbido de “cobrir”, jornalisticamente, o evento.
            Nova quebra de linearidade apresenta-se na narrativa. Dessa vez, em continuidade ao momento inicial, o capítulo A Taca de couro (p. 37) recorre a um movimento temporal retrospectivo destinado a relatar eventos anteriores ao presente da ação e, nesse caso, precedentes ao tempo do seu início. Nele são apresentados Manela, órfão de pai e mãe, criada pela tia Adalgisa Perez y Perez e por Danilo, ex-jogador de futebol, esposo dedicado aos caprichos da jovem senhora apelidada de Dadá.
Os capítulos Noivado e casamento (p.107) e A(s) noite(s) de núpcias (p.175) ainda fazem uso de analepses para apresentar as atitudes de Adalgisa durante o noivado e no decorrer das bodas. Em ambos, o tom humorístico se sobressai, desarticulando a seriedade e caricaturizando o comportamento pequeno-burguês comum na época em que o texto é ambientado.
Na composição textual, Adalgisa é descrita como uma chapeleira com ares de grã-fina, criada pela madrinha, Dona Esperanza, para ser uma senhora de respeito e distinção. Dona de um corpo invejável, de uma sexualidade reprimida por tabus e códigos de honra, não consegue ter filhos e nem satisfazer sexualmente o esposo Danilo. Mesmo assim, esmera-se no cuidado da casa e na educação da enteada Manela.
Empenhada em criar a sobrinha com pulso firme, “Adalgisa pusera-lhe cabresto, ditara rígidos horários, não lhe permitia trocar pernas pelas ruas”, “terreiros de santos, nem falar: Adalgisa tinha horror a candomblé. Horror sagrado” (p.50). De todas as proibições, o namoro com o jovem taxista Miro, mulato, pobretão, chegado a festas de macumbas, consistia no delito máximo e a pena, uma surra com uma “taca de couro” presente do padre confessor: Antônio Hernandez.
Decidida a fugir de casa com o namorado Miro, Manela não concretiza seus planos porque a tia descobre o intento e, com a ajuda do padre-confessor, consegue interná-la na clausura das “Arrependidas”.
Romance narrado em blocos onde a técnica do fragmento é amplamente usada, Jorge Amado justapõe ações que se unem através de um eixo comum: o envolvimento com a imagem/orixá/santa católica.
Posterior a essa digressão, o narrador realiza outra incursão na vida de Dom. Maximiniano von Gruden a fim de dar continuidade ao sofrimento vivido pela personagem, graças ao sumiço de tão valiosa imagem. É nesse núcleo diegético que duras críticas ao roubo de obras de arte são conferidas, bem como é construída uma caricatura dos dirigentes clericais, favorecidos por políticos corruptos, sempre alheios ao bem do povo.
No capítulo A Via Crucis (p.79), essa tensão é narrada ao passo que novos personagens surgem na composição: o Bispo Dom Rudolph, o coronel e delegado de polícia Raúl. O capítulo é entrecortado por outros dois de natureza digressiva: um que relata os acontecimentos do noivado de Adalgisa e Danilo e outro destinado aos passeios de Iansã entre ateliês famosos e humildes tendas de artesãos.
A continuidade às agruras de Dom Maximiniano é retomada no capítulo Os telefonemas (p.125) instante em que reaparece Pe. Abelardo Galvão visto, pelas autoridades eclesiais, como principal suspeito do roubo da imagem desaparecida.
Desse ponto, as ações voltam-se para caraterizar Pe. Galvão e Patrícia, jovem moça de audaciosos ideais, empenhada, juntamente com o vigário, na luta em favor dos moradores sem-terra da localidade de Piaçava e na denúncia dos crimes cometidos pelos latifundiários da região. Além de militante, é filha de Iansã a quem realiza um ebó[1] com objetivo de conquistar o padre. Atriz, viera a Salvador para abrilhantar documentário francês, gravado na cidade, com abordagem sobre os costumes e singularidades locais.
 Com esse núcleo, Jorge Amado pondera a concepção negativa do clero, trabalhada no núcleo dos dirigentes, e apresenta um padre solidário, participativo, engajado na luta em defesa dos “oprimidos”, simpatizante das teorias religiosas latino-americanas da segunda metade do século XX.
 Interligados aos dois personagens, um grupo de socialytes, mulheres de políticos influentes, de juízes e fazendeiros, dignas senhoras na aparência, mas de essência libertina e dissimulada. Dentre elas, Diana D`Ávila, esposa do juiz de menores, flagrada numa cama de motel ao lado de seminarista Elói.
Após essa longa caracterização das personagens, o narrador relata as ações ocorridas durante os dias de quinta e sexta-feira, lembrando que toda narrativa se formula em torno da chegada de Santa Bárbara/Iansã a cidade, na quarta-feira.
A princípio, o narrador descreve as peripécias de Adalgisa até conseguir autorização para enclausurar Manela no Convento das Arrependidas, a raiva que essa atitude causou em seu marido Danilo e o batalha travada por familiares e vizinhos na tentativa de livrar a pobre moça da madrasta insensível. Pela intervenção de Santa Bárbara, que é reconhecida por irmã Eunice, a jovem reclusa finalmente sai da clausura e, em frente ao convento, Manela torna-se cavalo de Iansã, recebe o eiru e suspende o namorado Miro como ogã de Oyá.
Revoltada com a notícia de que a sobrinha fugira do castigo, que recebera santo de macumba e que se encontrava reclusa num terreiro, Adalgisa, junto ao Pe. Antônio Hernandez, procura conseguir nova autorização do juizado para retirá-la do Axé[2]. Durante o trajeto, encontra-se com uma negra e um pau-de-arara. Misteriosamente é possuída por Iansã auxiliada por Exu, Ogum e Oxóssi.
Ainda no capítulo final, o autor esclarece o ocorrido com Pe. Abelardo Galvão e com Patrícia. Ele se livra do assassinato por encomenda, graças à intervenção de Exu fantasiado de pau-de-arara e ela consegue enfim o amor do padre, em vista de um ebó  destinado à Iansã.
Já se encaminhando para o desenlace, após cumprir todos os seus compromissos mais urgentes, Santa Bárbara/Iansã aparece no Museu de Arte a tempo de salvar Dom Maximiniano do fracasso que lhe aguardava, coroando com louros e honrarias a tão divulgada exposição.
Interessante notar que, nesse aspecto, a narrativa apresenta-se como um ciclo, já que se inicia com a transformação da imagem de Santa Bárbara em mulata e em orixá para, no fim das quarenta e oito horas, voltar a ser imagem, ícone do catolicismo.



[1] Oferenda ou sacrifício animal, de sangue: mengua, a um orixá. Cf. Guilhermino (2004).
[2] Palavra de múltiplos significados, entre eles, força vital, princípio da vida. Dá-se o nome de Axé também ao  terreiro e espaço sagrado onde se realizam o culto aos orixás, por entender que nele se concentram as energias das divindades.  No Brasil, foi associada à saudação que, ao mesmo tempo, é invocativa do divino. Cf. Pessoa de Castro (2001), Cf . Prandi (2005).


REFERÊNCIAS:
AMADO, Jorge. O sumiço da santa: uma história de feitiçaria. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 1999.
AUGRAS, Monique.  De Iyá Mi a Pomba-gira: transformações e símbolos da libido.  In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes.Candomblé: religião do corpo e da alma. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.p. 17 a 44.
BASTIDE, Roger. O candomblé da Bahia: rito nagô. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
BERND, Zilá (org.). Escrituras híbridas: estudos em literatura comparada interamericana. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1998.
BERND, Zilá & GRANDIS, Rita. Imprevisíveis Américas: questões de hibridação cultural nas Américas. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto: ABECON, 1995.
BHABHA, Homi. K. O local da cultura. [Trad.]. Miriam Ávila, Eliana Lourenço de Lima Reis, Gláucia Renate Gonçalves. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998.BAUMAN, Zigmund. Modernidade líquida. [Trad.] Plínio Centzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
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ELIADE, Mircea. Tratado de história das religiões. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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GRUZISNSKI, Serge. O pensamento mestiço. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
GUILHERMINO, Sebastião. Iansã do balé: senhora dos eguns. 6. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
PESAVENTO, Sandra J. Fronteiras do milênio. Porto Alegre: ed. Universidade/ UFRGS, 2001.
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TODOROV, Tzvetan. As Estruturas Narrativas. São Paulo: Perspectiva, 1979.
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[1] Doutoranda PPGLI – UEPB – CAPES/CNPQ, com pesquisa na área de tradução intersemiótica dos textos amadianos, é  professora da Rede Pública Estadual da Paraíba, Mestre e Especialista pela UEPB.
[2] Frase de abertura do romance Cacau (1933) exaustivamente usada pela crítica para condenar a “pouca” expressividade estética do autor.
[3] Neste estudo, não se entra em detalhes sobre a proliferação de termos que tentam dar conta da inclusão de aspectos míticos nas artes em geral. Dessa forma, elenca-se aqui apenas o conceito de realismo maravilhoso na perspectiva de Alejo Carpentier estudado por Chiampi (1980), por entender que ele melhor responde as propostas narrativas expressas no romance em análise.
[4]  Ao iniciar o romance com a imagem de uma travessia e de um desembarque, Jorge Amado retoma um argumento já desenvolvido em outras obras, como por exemplo, O país do carnaval (1931) e Terras do sem fim (1943). O uso de embarcações e a metáfora da viagem ainda estão presentes em grande parte de seus textos, como Gabriela, cravo e canela (1958), Tieta do Agreste (1967), A morte e a morte de Quincas Berro d’água, (2001).
[5] O termo Ebômin ou Ebome designa a filha-de-santo com sete anos de iniciação e que tenha se submetido às obrigações rituais de costume. É uma espécie de conselheira dos recém-iniciados. Cf. Pessoa de Castro (2001).
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