Que parte dos conteúdos pedagógicos oferecidos hoje nas
escolas e universidades brasileiras consegue responder ao imenso desafio de
formar cidadãos preparados para enfrentar a maior crise ambiental da história
da humanidade?
Não é exagero.
A triste realidade é que o analfabetismo ambiental
continua produzindo gigantescos estragos na formação de nossos jovens que, não
raro, já adultos, vão buscar no mercado cursos complementares que tentam suprir
essas lacunas nos currículos. Quem faz esses cursos por aí (alguns deles
reconhecidamente sérios como os da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da
Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e do Rio, e da Fundação Dom Cabral)
costuma reagir com perplexidade ao descobrir como certas informações
consideradas básicas jamais haviam sido compartilhadas em sala de aula. E isso
tem um custo pessoal e profissional enorme.
Todas as profissões, sem exceção, demandam ajustes nas
respectivas formações para que saibamos lidar com as “novidades” que surgem nos
respectivos mercados. Isso já é sabido e faz parte de um mundo em constante
processo de mudança. Mas, em se tratando das questões ambientais, as
“novidades” – principalmente aqueles que demandam uma ampla revisão de
conceitos, métodos e práticas configurando, na verdade, uma nova cultura – vêm
acompanhadas de uma forte reação. Não se trata apenas de mudanças pontuais ou
ajustes tecnológicos em um determinado ponto da cadeia. Estamos falando de
mudanças estruturais que configuram um novo olhar sobre a realidade que nos
cerca.
Em resumo: é situar as limitações do planeta no seu
radar. É reconhecer que o atual modelo de desenvolvimento (baseado no
hiperconsumo e na carbonização acelerada da atmosfera) nos precipita na direção
do abismo. É fazer tudo (ou quase tudo) diferente do que vinha fazendo. É
qualificar o emprego do tempo e da energia em favor da mais ampla e urgente
reengenharia de processos (múltiplos e variados) que o mundo jamais viu.
É uma tarefa hercúlea, porque, em alguma medida, depende
do engajamento de todos, mas é inevitável fazê-lo.
Na verdade, muito timidamente, já está sendo feita. Novas
profissões – algumas delas nem nome certo têm ainda – surgem a reboque dessa
demanda do mercado para reinventar rotinas onde o “business as usual” é visto
como ameaça real e mensurável à sobrevivência do negócio. Inovação é a regra.
Sustentabilidade é o objetivo.
Com o encerramento do ano letivo, está chegando a hora de
programar o que será mantido ou alterado nas grades curriculares das
instituições de ensino em 2015, na margem de manobra possível levando em conta
os limites impostos pelo Ministério da Educação. Abre-se no calendário escolar
uma preciosa janela de oportunidade para aproximar o mundo real das salas de
aula.
Hoje falarei das escolas.
A educação para o consumo consciente é o conteúdo mais
urgente – e invisível – nas instituições de ensino públicas e privadas do
Brasil. Mesmo quando a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial e
outros organismos multilaterais denunciam o consumismo (o hiperconsumo que
normatiza o excesso, o desperdício e até a ostentação) como um dos grandes
vilões ambientais da atualidade – pela retirada sistemática de recursos
naturais não renováveis fundamentais à vida, agravamento do efeito estufa,
geração monumental de lixo etc –, há meninos e meninas que passam pela escola
sem associar o consumo perdulário à degradação do planeta onde vive. Serão
adultos possivelmente infelizes, por acharem que só é possível alcançar a
realização pessoal acumulando bens e posses, e certamente engrossarão as
fileiras dos inadimplentes (“negativados”) se não aprenderem a tempo a evitar
as tentações do “crédito fácil” para realizar sonhos de consumo descartáveis e
perecíveis.
Que parte dos conteúdos pedagógicos oferecidos hoje nas
escolas e universidades brasileiras consegue responder ao imenso desafio de
formar cidadãos preparados para enfrentar a maior crise ambiental da história
da humanidade?
Não é exagero.
A triste realidade é que o analfabetismo ambiental
continua produzindo gigantescos estragos na formação de nossos jovens que, não
raro, já adultos, vão buscar no mercado cursos complementares que tentam suprir
essas lacunas nos currículos. Quem faz esses cursos por aí (alguns deles
reconhecidamente sérios como os da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da
Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e do Rio, e da Fundação Dom Cabral)
costuma reagir com perplexidade ao descobrir como certas informações
consideradas básicas jamais haviam sido compartilhadas em sala de aula. E isso
tem um custo pessoal e profissional enorme.
Todas as profissões, sem exceção, demandam ajustes nas
respectivas formações para que saibamos lidar com as “novidades” que surgem nos
respectivos mercados. Isso já é sabido e faz parte de um mundo em constante
processo de mudança. Mas, em se tratando das questões ambientais, as
“novidades” – principalmente aqueles que demandam uma ampla revisão de
conceitos, métodos e práticas configurando, na verdade, uma nova cultura – vêm
acompanhadas de uma forte reação. Não se trata apenas de mudanças pontuais ou
ajustes tecnológicos em um determinado ponto da cadeia. Estamos falando de
mudanças estruturais que configuram um novo olhar sobre a realidade que nos
cerca.
Em resumo: é situar as limitações do planeta no seu
radar. É reconhecer que o atual modelo de desenvolvimento (baseado no
hiperconsumo e na carbonização acelerada da atmosfera) nos precipita na direção
do abismo. É fazer tudo (ou quase tudo) diferente do que vinha fazendo. É
qualificar o emprego do tempo e da energia em favor da mais ampla e urgente
reengenharia de processos (múltiplos e variados) que o mundo jamais viu.
É uma tarefa hercúlea, porque, em alguma medida, depende
do engajamento de todos, mas é inevitável fazê-lo.
Na verdade, muito timidamente, já está sendo feita. Novas
profissões – algumas delas nem nome certo têm ainda – surgem a reboque dessa
demanda do mercado para reinventar rotinas onde o “business as usual” é visto
como ameaça real e mensurável à sobrevivência do negócio. Inovação é a regra.
Sustentabilidade é o objetivo.
Com o encerramento do ano letivo, está chegando a hora de
programar o que será mantido ou alterado nas grades curriculares das
instituições de ensino em 2015, na margem de manobra possível levando em conta
os limites impostos pelo Ministério da Educação. Abre-se no calendário escolar
uma preciosa janela de oportunidade para aproximar o mundo real das salas de
aula.
Hoje falarei das escolas.
A educação para o consumo consciente é o conteúdo mais
urgente – e invisível – nas instituições de ensino públicas e privadas do
Brasil. Mesmo quando a Organização das Nações Unidas (ONU), o Banco Mundial e
outros organismos multilaterais denunciam o consumismo (o hiperconsumo que
normatiza o excesso, o desperdício e até a ostentação) como um dos grandes
vilões ambientais da atualidade – pela retirada sistemática de recursos
naturais não renováveis fundamentais à vida, agravamento do efeito estufa,
geração monumental de lixo etc –, há meninos e meninas que passam pela escola
sem associar o consumo perdulário à degradação do planeta onde vive. Serão
adultos possivelmente infelizes, por acharem que só é possível alcançar a
realização pessoal acumulando bens e posses, e certamente engrossarão as
fileiras dos inadimplentes (“negativados”) se não aprenderem a tempo a evitar
as tentações do “crédito fácil” para realizar sonhos de consumo descartáveis e
perecíveis.
0 comentários